Primeira aula História 1º ANO 2017
Bom dia!
Sou professor de História
Evando.
Um pequeno parênteses
antes de falar da nossa disciplina que faz parte da Área de Humanas
(humanidades).
Os cientistas
(astrônomos) estimam que o número de estrelas no
Universo é da ordem de 70 sextilhões (10^22). E as estimativas indicam que há
cerca de 100 bilhões (10^11) de galáxias[1]
e mais, 100 bilhões de planetas por aí e isso tudo só na nossa galáxia, a Via
Láctea[2].
A Idade da Terra é de 4.540 milhões de anos[3]
surgimento das primeiras bactérias e algas, além de microrganismos ocorreu há
cerca de 3 bilhões e 500 milhões de anos[4], e os nossos amiguinhos dinossauros[5]
surgiram apenas 231 milhões de anos, em meados do período Triássico[6]
e extinguiram-se à aproximadamente 66 milhões.
Um outro
grupo de cientistas acaba de estimar
quantas espécies existem na Terra, o total chegaria a 8,7 milhões[7]
deixando uma margem de pelo menos 70 por cento ainda por descobrir em nosso
planeta pois destes 6.5 seriam terrestres e o restante marinho.
Em
relação à nossa espécie do homo sapiens sapiens é tudo mais recente. A espécie
de primata com características mais próximas das da espécie humana de que se
tem notícia é a do Ramapithecus, que
existiu há 13 milhões de anos. Foi sucedida pelo Australopithecus (cerca
de 4 milhões de anos atrás), contemporâneo do Homo habilis,
surgido há aproximadamente 2,3 milhões de anos[8]
e O Homo sapiens, surgido entre 400 mil e 100 mil anos atrás (compare com o
tempo de existência dos dinos).
Aprendemos
a plantar e colher apenas uns 10 mil anos atrás e nos alfabetizamos somente a
uns 6 mil anos (escrita) o comentarista esportivo David Coimbra no seu livro JOGO DE DAMAS afirma que isso é
uma contribuição das mulheres para a evolução dos seres humanos.
Isso foi um longo parênteses.
Após
essa explanação falemos sobre a nossa “matéria”:
para que serve afinal estudar História?
Quem são
esses seres os Historiadores[9]
(arqueólogos, antropólogos, numismólogos, paleontólogo, paleógrafo, grafólogos,
etc...)?
Servem
para fazer filme do Indiana Jones[10]?
Anos estudando conceitos (termos) próprios de
nossa disciplina e das ciências humanas com quê objetivo?
Cada
área do conhecimento (técnico) tem seu próprio vocabulário, palavras técnicas
diríamos. Mais que entender e estudar datas e fatos, vamos buscar o
conhecimento e a sabedoria das palavras (não é aula de português).
Então vamos a nossa apresentação:
1-
O que é HISTÓRIA (origem da palavra, da ciência, dos
métodos, dos objetivos)?
2-
O que é TEMPO? Muito importante para quem vai falar do
que passou e do que está acontecendo (cronológico, Histórico[11],
contagem do tempo).
3-
Quais são as PISTAS que o pesquisador usa para produzir
conhecimento histórico?
4-
Quem faz HISTÓRIA? Quem são os agentes históricos;
5-
Existe conhecimento (histórico) neutro ou imparcial?
6-
De onde viemos e para onde vamos (espécie e todos os
demais seres vivos). EXTINÇÃO????
7-
O que vamos estudar esse ano? (Apresentação do conteúdo
definido);
8-
Como vamos estudar/trabalhar esse ano? (textos, imagens,
vídeos, filmes[12],
pesquisas, apresentações, provas, maquetes, teatros.)
9-
Como seremos avaliados? (sim vocês podem, conseguem...
reprovar nessa matéria).
Historiador é um
profissional, com bacharelado em curso de História que atua no estudo desta ciência,
analisando e produzindo conhecimento histórico. Assim podemos aceitar que
HISTÓRIA é uma ciência humana que estuda o desenvolvimento do homem no tempo
(sociedades) a história analisa os processos históricos, personagens, fatos
para poder compreender um determinado período histórico, cultura ou uma
civilização.
Um dos principais
objetivos da História é resgatar os aspectos culturais de um determinado povo
ou região para entender o processo de formação. Entender o passado é importante
para a compreensão do presente.
O pai da
história e
o homem considerado o primeiro historiador foi Heródoto (séc. V a.C.) grego que
foi pioneiro na investigação do passado para produzir conhecimento histórico.
História[13]
não se faz decorando datas e nomes. Isso é um exercício de memória é uma
pequena parte do que a ciência pode oferecer, mais importante do que saber
quando o fato ocorreu é conseguir relacionar o porquê o fato ocorre e perceber
que transformações são resultantes daquele fato. Conforme Tiago Menta “ A
História não é o estudo do passado pelo passado, é necessário ir ao passado
para a compreensão e todos os questionamento do tempo presente[14]”.
História[15]
envolve diferentes formas de pensar e produzir o conhecimento, logo, existem
diferentes métodos de pesquisa, diferentes objetivos e correntes de pensamento
na História.
Mas cuidado são
pensamentos e formas de expressão distintas que não implicam necessariamente em
dizer que uma é mais correta que outra ou que uma é falsa e outra verdadeira.
Devemos ser críticos mas, manter nossa mente aberta.
As concepções formais da
História[16]
Em sua evolução, a
História se apresentou pelo menos de
quatro formas. Do simples registro à análise científica houve um longo
processo. São elas:
História Narrativa - O narrador contenta-se em apresentar os acontecimentos sem preocupações com as
causas, os resultados ou a própria veracidade. Também não emprega qualquer
processo metodológico.
História Pragmática - Expõe os acontecimentos com visível preocupação didática (ver: Didática da história). O historiador quer mudar os costumes políticos, corrigir
os contemporâneos e o caminho que utiliza é o de mostrar os erros do passado.
Os gregos Heródoto e Tucídides e o romano Cícero ("A História é a mestra da vida") representam esta concepção.
História Científica - Agora há uma preocupação
com a verdade, com o método, com a análise crítica de causas e
consequências, tempo e espaço. Esta concepção se define a partir da mentalidade
oriunda das ideias filosóficas que nortearam a Revolução Francesa de 1789. Toma corpo com a
discussão dialética (de Hegel e Karl Marx) do século XIX e se consolida com as teses de Leopold Von Ranke,
"Positivismo Histórico" (que não é
relacionado ao positivismo político de Augusto Comte) e posteriormente com o
surgimento da Escola dos Annales, no começo do século
XX.
História dos Annales (Escola dos Annales) - Os historiadores franceses Marc Bloch e Lucien Febvre fundaram em 1929 uma revista de
estudos, a "Annales d'histoire économique et
sociale", onde
rompiam decididamente com o culto aos heróis e a atribuição da ação histórica aos chamados homens ilustres,
representantes das elites. Para estes estudiosos, o quotidiano, a arte, os afazeres do povo e a psicologia social são elementos fundamentais para a compreensão das transformações
empreendidas pela humanidade.
Surgindo ainda o
movimento da Nova História Crítica (livros
didáticos de Mario Schmitt com uma linha
ideológica marxista) e da Nova História (é
corrente historiográfica surgida
nos anos
1970 e
correspondente à terceira geração da chamada Escola dos Annales. Seu nome
derivou da publicação da obra "Fazer a História", em três volumes, organizada
pelos historiógrafos Jacques Le Goff e Pierre Nora).
Ela, a HISTÓRIA é muito
bem relacionada, a moda, economia, ciências, literatura, pintura, escultura,
agricultura, arquitetura, o HOMEM, todos estão RELACIONADOS com ela de uma
forma interligada, como afirma Gaddis (2003), “o estabelecimento da identidade
requer o reconhecimento de nossa relativa insignificância no grande esquema das
coisas”. A construção de identidades pessoais e sociais
está relacionada à memória, já que tanto no plano individual quanto no coletivo
ela permite que cada geração estabeleça vínculos com as gerações anteriores. Os
indivíduos, assim como as sociedades, procuram preservar o passado como um guia
que serve de orientação para enfrentar as incertezas do presente e do futuro.
O ensino de história local
apresenta-se como um ponto de partida para a aprendizagem histórica, pela
possibilidade de trabalhar com a realidade mais próxima das relações sociais
que se estabelecem entre educador / educando / sociedade e o meio em que vivem
e atuam.
Nessa perspectiva, o
ensino-aprendizagem da História configura-se como um espaço-tempo de reflexão
crítica acerca da realidade social e, sobretudo, referência para o processo de
construção das identidades destes sujeitos e de seus grupos de pertença.
O ensino de História ganha
significado e importância no ensino fundamental, exatamente pela possibilidade
de introduzir a formação de um raciocínio de história que contemple não só
indivíduo, mas a coletividade, apresentado as relações sociais que ali se
estabelecem na realidade mais próxima.
A História possibilita a
compreensão do entorno do aluno, identificando passado e presente nos vários
espaços de convivência. Essa temática permite que o professor parta das
histórias individuais e dos grupos, inserindo o aluno em contextos mais amplos[17].
Conforme Georges Snyders (1995)[18]:
O ensino de História
pode desempenhar um papel importante na configuração da identidade ao
incorporar a reflexão sobre o indivíduo nas suas relações pessoais com o grupo
de convívio, suas afetividades, sua participação no coletivo e suas atitudes de
compromisso com classes, grupos sociais, culturais, valores e com gerações
passadas e futuras.
Já o historiador Jacques Le Goff afirma que “A
memória é um elemento essencial do que se costuma chamar identidade individual
e coletiva”[19].
O
ensino de História possui objetivos específicos, sendo um dos mais relevantes,
o que se relaciona à constituição da noção de identidade. Assim, é primordial
que o ensino de História estabeleça relações entre identidades individuais,
sociais e coletivas, entre as quais as que se constituem como nacionais.
Dentro
dessa perspectiva, o ensino de História tende a desempenhar um papel mais
relevante na formação da cidadania, envolvendo a reflexão sobre a atuação do
indivíduo em suas relações pessoais com o grupo de convívio, suas afetividades
e sua participação no coletivo.
Divisão “didática” da História da
Humanidade[20]:
História
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O que nós faremos é uma retomada dos conteúdos já vistos (6º ao 9º anos), surgimento dos seres
humanos, povoamento dos continentes, surgimento das novas técnicas e
tecnologias de produção de alimentos e defesa, primeiras comunidades
organizadas, leis, religiões, produção cultural e material, legado para a
cultura Ocidental Moderna. Então quase na ordem como na sequência abaixo:
1. A Teoria da História
1.1. Conceito Científico de História;
1.2. Divisão da História;
1.3. Evolução do Pensamento historiográfico: da Grécia
à atualidade;
1.4.
Disciplinas Auxiliares da História;
1.5. Conceito
de Modo de Produção;
1.6. O Homem em Comunidades Primitivas;
1.7. Ocupação dos Continentes;
2. O Mundo Antigo
2.1. A África;
2.1.1 Egito;
2.1.2 Cuxitas;
2.1.3 Núbios;
2.1.4. Povos do Saara;
2.2. Mesopotâmia;
2.3. Pérsia;
2.4. Hebreus;
2.5. Fenícios.
2.6 Maias, Incas, Astecas, Olmecas, Iroqueses, Inuits,
Apaches, Guaranis e Tupis;
3. O Mundo Asiático
3.1. Índia;
3.2. China;
3.3. Japão.
4. O Mundo Grego
4.1. Creta;
4.2. Período
Homérico;
4.3. Arcaico;
4.4. Período Clássico;
4.5. Hegemonia das Polis;
4.6. Macedônicos;
4.7. Helenismo.
5. O Mundo Romano
5.1. Monarquia,
República, Principado e Império;
5.2. Declínio e
Queda do Império Romano;
5.3. Cristianismo; 5.4. Reinos Bárbaros;
5.5. Império Bizantino.
6. O Mundo Medieval
6.1. Império
Bizantino;
6.2. Islamismo;
6.3. Império Carolíngio;
6.4. O Modo de
Produção Feudal;
6.5. Feudalismo Europeu;
6.6. Cultura e Mentalidade do Mundo Feudal;
6.7. As Cruzadas;
6.8. Renascimento Comercial e Urbano do Sistema
Feudal.
[5] https://www.mundodosanimais.pt/animais-pre-historicos/dinossauros-quando-onde-surgiram/
[6] http://www.avph.com.br/triassico.htm
[8] https://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/pre-historia-2-o-surgimento-do-ser-humano-e-os-periodos-pre-historicos.htm
[9] No
livro História Ensino Médio 1º ano Ser Protagonista Editora SM.2013 (páginas 12
até 21)
[10] https://www.youtube.com/watch?v=jekZ-4bFhts
[11]
A primeira
periodização foi formulada pelo dinamarquês Christian Thomsen, num livro
publicado em 1836. Segundo ele, a Pré-história se dividida em: idade da Pedra
Lascada, idade da Pedra Polida, idade do Bronze e idade do Ferro. Vídeos da
coleção https://www.youtube.com/watch?v=39ulvgmuVnI
[12]
Aproveitem para curtir nos finais de semana: A Guerra do Fogo, 10.000 a.C., A Origem do Homem, Moisés,
Faraó, Reis do Egito, Deuses do Egito, 10 Mandamentos, Rei Davi, Troia,
Argonautas, Odisseia, Hercules, Helena de Troia, Sócrates, Spartacus, Bem-Hur,
O Gladiador, A Águia Perdida, Rei Arthur, Cruzada, 13º Guerreiro, O Físico, O
Nome da Rosa,
[13]
Conforme texto que vem sendo elaborado para a base nacional de conteúdos
disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/documentos/relatorios-analiticos/pareceres/Marcelo_de_Souza_Magalhaes_HISTORIA.pdf
[14] http://betaniafazhistoria.blogspot.com.br/2013/04/por-que-e-importante-estudar-historia.html
(acessado dia 06 fevereiro 2017)
[15] História (do grego antigo ἱστορία) que significa "pesquisa",
"conhecimento advindo da investigação.
[16]
Estas concepções resumimos de https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria
(acessado dia 06 de fevereiro)
[17] http://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/historia/ensino-historia-memoria-historia-local.htm
(acessado dia 11-02-2017).
[18] http://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/historia/ensino-historia-memoria-historia-local.htm
(acessado em 11-02-2017).
[19] http://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/historia/ensino-historia-memoria-historia-local.htm
acessado dia 11-02-2017.
Nossa indicação de
filmes que possam promover o debate e aprimorar seus conhecimentos em cada um
dos temas trabalhados nas aulas.
PRÉ-HISTÓRIA
ÁFRICA: Guerreiro da Justiça (Joshua Sinclair)
EUROPA: A Tribo da Caverna dos Ursos (Michael Chapman)
Guerra do Fogo (Jean Jacques Annaud) O Elo Perdido (Regis Wagnier)
IDADE ANTIGA ORIENTAL
EGITO E MESOPOTÂMIA:
Cleópatra (Joseph L. Mankiewicz) O Egípcio (Michael Curtiz)
FENICIOS E HEBREUS?: A Paixão de Cristo (Mel Gibson) A vida
de Brian (Terry Jones) Jesus de Nazaré (Franco Zeffirelli) Os Dez Mandamentos (Cecil
B. DeMille) Rei Davi (Bruce Beresford) Salomão (Roger Young)
PERSAS: 300 de Esparta (Rudolph Maté)
IDADE ANTIGA
OCIDENTAL (CLÁSSICA)
GRÉCIA: 300 (Zack
Snyder) 300 de Esparta (Rudolph Maté) Fúria de Titãs (Louis Letemer) Jasão e os
Argonautas (Ray Harryhausen) Ulisses (Kirk Douglas) Sócrates (Roberto
Rossellini) Tróia (Wolfgang Petersen), Helena de Tróia,
MACEDÔNIA Alexandre
(Oliver Stone) ROMA Ben-Hur (Willian Wyler) Calígula (Tinto Brass & Bob
Guccione) Spartacus (Stanley Kubrick) Júlio César (Joseph L. Markiewicz) O
Gladiador (Ridley Scott) Quo Vadis (Mervyn LeRoy Satyricon (Fellini)
ALTA IDADE MÉDIA
INVASÕES BARBARAS E
IMPÉRIO CAROLÍNGIO: Asterix contra César (Claude Zidi) Asterix entre os Bretões
(Pino Van Lamsweerde) Átila o Rei dos Hunos (Douglas Sirk)
IMPÉRIO BIZANTINO E IMPÉRIO MUÇULMANO: Maomé: O Mensageiro
de Allah (Moustapha Akkad)
FEUDALISMO: O
Incrível Exército de Brancaleone (Mário Moricelli) O Leão no Inverno (Anthony
Harvey) O Sétimo Selo (Ingmar Bergman) O Físico.
BAIXA IDADE MÉDIA CRUZADAS: Cruzada (Ridley Scott) Fetih
1453 (Faruk Aksoy) RENASCIMENTO COMERCIAL E URBANO: Hobin Hood (Ridley Scott) Irmão Sol, Irmã Lua
(Franco Zeffirelli) O Mercador de Veneza (Michael Radford)
FORMAÇÃO DAS
MONARQUIAS NACIONAIS Coração Valente (Mel Gibson) Em Nome de Deus (Peter Mulan)
Lancelot: O Primeiro Cavaleiro (Jerry Zucker) Ivanhoé: O Vingador do Rei
(Richard Thorpe)
PESTE, GUERRA E FOME
Joana D’arc (Luc Besson) Morte Negra (Christopher Smith)