domingo, 18 de março de 2018

Aula de apresentação História


Primeira aula  História 1º ANO 2017



Bom dia!
Sou professor de História Evando.
Um pequeno parênteses antes de falar da nossa disciplina que faz parte da Área de Humanas (humanidades).
Os cientistas (astrônomos) estimam que o número de estrelas no Universo é da ordem de 70 sextilhões (10^22). E as estimativas indicam que há cerca de 100 bilhões (10^11) de galáxias[1] e mais, 100 bilhões de planetas por aí e isso tudo só na nossa galáxia, a Via Láctea[2].
A Idade da Terra é de 4.540 milhões de anos[3] surgimento das primeiras bactérias e algas, além de microrganismos ocorreu há cerca de 3 bilhões e 500 milhões de anos[4], e os nossos amiguinhos dinossauros[5] surgiram apenas 231 milhões de anos, em meados do período Triássico[6] e extinguiram-se à aproximadamente 66 milhões.
Um outro grupo de cientistas  acaba de estimar quantas espécies existem na Terra, o total chegaria a 8,7 milhões[7] deixando uma margem de pelo menos 70 por cento ainda por descobrir em nosso planeta pois destes 6.5 seriam terrestres e o restante marinho.
Em relação à nossa espécie do homo sapiens sapiens é tudo mais recente. A espécie de primata com características mais próximas das da espécie humana de que se tem notícia é a do Ramapithecus, que existiu há 13 milhões de anos. Foi sucedida pelo Australopithecus (cerca de 4 milhões de anos atrás), contemporâneo do Homo habilis, surgido há aproximadamente 2,3 milhões de anos[8] e O Homo sapiens, surgido entre 400 mil e 100 mil anos atrás (compare com o tempo de existência dos dinos).
Aprendemos a plantar e colher apenas uns 10 mil anos atrás e nos alfabetizamos somente a uns 6 mil anos (escrita) o comentarista esportivo David Coimbra  no seu livro JOGO DE DAMAS afirma que isso é uma contribuição das mulheres para a evolução dos seres humanos.
Isso foi um longo parênteses.
Após essa explanação falemos sobre a nossa “matéria”: para que serve afinal estudar História?
Quem são esses seres os Historiadores[9] (arqueólogos, antropólogos, numismólogos, paleontólogo, paleógrafo, grafólogos, etc...)?
Servem para fazer filme do Indiana Jones[10]?
Anos  estudando conceitos (termos) próprios de nossa disciplina e das ciências humanas com quê objetivo?
Cada área do conhecimento (técnico) tem seu próprio vocabulário, palavras técnicas diríamos. Mais que entender e estudar datas e fatos, vamos buscar o conhecimento e a sabedoria das palavras (não é aula de português).
Então vamos a nossa apresentação:
1-            O que é HISTÓRIA (origem da palavra, da ciência, dos métodos, dos objetivos)?
2-            O que é TEMPO? Muito importante para quem vai falar do que passou e do que está acontecendo (cronológico, Histórico[11], contagem do tempo).
3-            Quais são as PISTAS que o pesquisador usa para produzir conhecimento histórico?
4-            Quem faz HISTÓRIA? Quem são os agentes históricos;
5-            Existe conhecimento (histórico) neutro ou imparcial?
6-            De onde viemos e para onde vamos (espécie e todos os demais seres vivos). EXTINÇÃO????
7-            O que vamos estudar esse ano? (Apresentação do conteúdo definido);
8-            Como vamos estudar/trabalhar esse ano? (textos, imagens, vídeos, filmes[12], pesquisas, apresentações, provas, maquetes, teatros.)
9-            Como seremos avaliados? (sim vocês podem, conseguem... reprovar nessa matéria).
Historiador é um profissional, com bacharelado em curso de História que atua no estudo desta ciência, analisando e produzindo conhecimento histórico. Assim podemos aceitar que HISTÓRIA é uma ciência humana que estuda o desenvolvimento do homem no tempo (sociedades) a história analisa os processos históricos, personagens, fatos para poder compreender um determinado período histórico, cultura ou uma civilização.
Um dos principais objetivos da História é resgatar os aspectos culturais de um determinado povo ou região para entender o processo de formação. Entender o passado é importante para a compreensão do presente.
O pai da história e o homem considerado o primeiro historiador foi Heródoto (séc. V a.C.) grego que foi pioneiro na investigação do passado para produzir conhecimento histórico.
História[13] não se faz decorando datas e nomes. Isso é um exercício de memória é uma pequena parte do que a ciência pode oferecer, mais importante do que saber quando o fato ocorreu é conseguir relacionar o porquê o fato ocorre e perceber que transformações são resultantes daquele fato. Conforme Tiago Menta “ A História não é o estudo do passado pelo passado, é necessário ir ao passado para a compreensão e todos os questionamento do tempo presente[14]”.
História[15] envolve diferentes formas de pensar e produzir o conhecimento, logo, existem diferentes métodos de pesquisa, diferentes objetivos e correntes de pensamento na História.
Mas cuidado são pensamentos e formas de expressão distintas que não implicam necessariamente em dizer que uma é mais correta que outra ou que uma é falsa e outra verdadeira. Devemos ser críticos mas, manter nossa mente aberta.

As concepções formais da História[16]

Em sua evolução, a História se apresentou pelo menos de quatro formas. Do simples registro à análise científica houve um longo processo. São elas:
História Narrativa - O narrador contenta-se em apresentar os acontecimentos sem preocupações com as causas, os resultados ou a própria veracidade. Também não emprega qualquer processo metodológico.
História Pragmática - Expõe os acontecimentos com visível preocupação didática (ver: Didática da história). O historiador quer mudar os costumes políticos, corrigir os contemporâneos e o caminho que utiliza é o de mostrar os erros do passado. Os gregos Heródoto e Tucídides e o romano Cícero ("A História é a mestra da vida") representam esta concepção.
História Científica - Agora há uma preocupação com a verdade, com o método, com a análise crítica de causas e consequências, tempo e espaço. Esta concepção se define a partir da mentalidade oriunda das ideias filosóficas que nortearam a Revolução Francesa de 1789. Toma corpo com a discussão dialética (de Hegel e Karl Marx) do século XIX e se consolida com as teses de Leopold Von Ranke, "Positivismo Histórico" (que não é relacionado ao positivismo político de Augusto Comte) e posteriormente com o surgimento da Escola dos Annales, no começo do século XX.
História dos Annales (Escola dos Annales) - Os historiadores franceses Marc Bloch e Lucien Febvre fundaram em 1929 uma revista de estudos, a "Annales d'histoire économique et sociale", onde rompiam decididamente com o culto aos heróis e a atribuição da ação histórica aos chamados homens ilustres, representantes das elites. Para estes estudiosos, o quotidiano, a arte, os afazeres do povo e a psicologia social são elementos fundamentais para a compreensão das transformações empreendidas pela humanidade.
Surgindo ainda o movimento da Nova História Crítica (livros didáticos de Mario Schmitt  com uma linha ideológica marxista) e da Nova História (é corrente historiográfica surgida nos anos 1970 e correspondente à terceira geração da chamada Escola dos Annales. Seu nome derivou da publicação da obra "Fazer a História", em três volumes, organizada pelos historiógrafos Jacques Le Goff e Pierre Nora).
Ela, a HISTÓRIA é muito bem relacionada, a moda, economia, ciências, literatura, pintura, escultura, agricultura, arquitetura, o HOMEM, todos estão RELACIONADOS com ela de uma forma interligada, como afirma Gaddis (2003), “o estabelecimento da identidade requer o reconhecimento de nossa relativa insignificância no grande esquema das coisas”. A construção de identidades pessoais e sociais está relacionada à memória, já que tanto no plano individual quanto no coletivo ela permite que cada geração estabeleça vínculos com as gerações anteriores. Os indivíduos, assim como as sociedades, procuram preservar o passado como um guia que serve de orientação para enfrentar as incertezas do presente e do futuro.
O ensino de história local apresenta-se como um ponto de partida para a aprendizagem histórica, pela possibilidade de trabalhar com a realidade mais próxima das relações sociais que se estabelecem entre educador / educando / sociedade e o meio em que vivem e atuam.
Nessa perspectiva, o ensino-aprendizagem da História configura-se como um espaço-tempo de reflexão crítica acerca da realidade social e, sobretudo, referência para o processo de construção das identidades destes sujeitos e de seus grupos de pertença. 
O ensino de História ganha significado e importância no ensino fundamental, exatamente pela possibilidade de introduzir a formação de um raciocínio de história que contemple não só indivíduo, mas a coletividade, apresentado as relações sociais que ali se estabelecem na realidade mais próxima.
A História possibilita a compreensão do entorno do aluno, identificando passado e presente nos vários espaços de convivência. Essa temática permite que o professor parta das histórias individuais e dos grupos, inserindo o aluno em contextos mais amplos[17].
Conforme  Georges Snyders (1995)[18]:
O ensino de História pode desempenhar um papel importante na configuração da identidade ao incorporar a reflexão sobre o indivíduo nas suas relações pessoais com o grupo de convívio, suas afetividades, sua participação no coletivo e suas atitudes de compromisso com classes, grupos sociais, culturais, valores e com gerações passadas e futuras.

Já o historiador Jacques Le Goff afirma que “A memória é um elemento essencial do que se costuma chamar identidade individual e coletiva”[19].
O ensino de História possui objetivos específicos, sendo um dos mais relevantes, o que se relaciona à constituição da noção de identidade. Assim, é primordial que o ensino de História estabeleça relações entre identidades individuais, sociais e coletivas, entre as quais as que se constituem como nacionais.
Dentro dessa perspectiva, o ensino de História tende a desempenhar um papel mais relevante na formação da cidadania, envolvendo a reflexão sobre a atuação do indivíduo em suas relações pessoais com o grupo de convívio, suas afetividades e sua participação no coletivo.
Divisão “didática” da História da Humanidade[20]:
História



O que nós faremos  é uma retomada dos conteúdos já vistos (6º ao 9º anos), surgimento dos seres humanos, povoamento dos continentes, surgimento das novas técnicas e tecnologias de produção de alimentos e defesa, primeiras comunidades organizadas, leis, religiões, produção cultural e material, legado para a cultura Ocidental Moderna. Então quase na ordem como na sequência abaixo:


1. A Teoria da História
1.1. Conceito Científico de História;
1.2. Divisão da História;
1.3. Evolução do Pensamento historiográfico: da Grécia à atualidade;
 1.4. Disciplinas Auxiliares da História;
 1.5. Conceito de Modo de Produção;
1.6. O Homem em Comunidades Primitivas;
1.7. Ocupação dos Continentes;
 2. O Mundo Antigo
 2.1. A África;
2.1.1 Egito;
2.1.2 Cuxitas;
2.1.3 Núbios;
2.1.4. Povos do Saara;
2.2. Mesopotâmia;
2.3. Pérsia;
2.4. Hebreus;
 2.5. Fenícios.
2.6 Maias, Incas, Astecas, Olmecas, Iroqueses, Inuits, Apaches, Guaranis e Tupis;
3. O Mundo Asiático
3.1. Índia;
 3.2. China;
3.3. Japão.
4. O Mundo Grego
4.1. Creta;
 4.2. Período Homérico;
4.3. Arcaico;
4.4. Período Clássico;
4.5. Hegemonia das Polis;
4.6. Macedônicos;
 4.7. Helenismo.
5. O Mundo Romano
 5.1. Monarquia, República, Principado e Império;
 5.2. Declínio e Queda do Império Romano;
5.3. Cristianismo; 5.4. Reinos Bárbaros;
5.5. Império Bizantino.
6. O Mundo Medieval
 6.1. Império Bizantino;
6.2. Islamismo;
6.3. Império Carolíngio;
 6.4. O Modo de Produção Feudal;
6.5. Feudalismo Europeu;
6.6. Cultura e Mentalidade do Mundo Feudal;
6.7. As Cruzadas;
6.8. Renascimento Comercial e Urbano do Sistema Feudal.




[5] https://www.mundodosanimais.pt/animais-pre-historicos/dinossauros-quando-onde-surgiram/
[6] http://www.avph.com.br/triassico.htm
[8] https://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/pre-historia-2-o-surgimento-do-ser-humano-e-os-periodos-pre-historicos.htm
[9] No livro História Ensino Médio 1º ano Ser Protagonista Editora SM.2013 (páginas 12 até 21)
[10] https://www.youtube.com/watch?v=jekZ-4bFhts
[11] A primeira periodização foi formulada pelo dinamarquês Christian Thomsen, num livro publicado em 1836. Segundo ele, a Pré-história se dividida em: idade da Pedra Lascada, idade da Pedra Polida, idade do Bronze e idade do Ferro. Vídeos da coleção https://www.youtube.com/watch?v=39ulvgmuVnI
[12] Aproveitem para curtir nos finais de semana: A Guerra do Fogo,  10.000 a.C., A Origem do Homem, Moisés, Faraó, Reis do Egito, Deuses do Egito, 10 Mandamentos, Rei Davi, Troia, Argonautas, Odisseia, Hercules, Helena de Troia, Sócrates, Spartacus, Bem-Hur, O Gladiador, A Águia Perdida, Rei Arthur, Cruzada, 13º Guerreiro, O Físico, O Nome da Rosa,
[13] Conforme texto que vem sendo elaborado para a base nacional de conteúdos disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/documentos/relatorios-analiticos/pareceres/Marcelo_de_Souza_Magalhaes_HISTORIA.pdf
[15] História (do grego antigo ἱστορία) que significa "pesquisa", "conhecimento advindo da investigação.
[16] Estas concepções resumimos de https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria (acessado dia 06 de fevereiro)
Nossa  indicação de filmes que possam promover o debate e aprimorar seus conhecimentos em cada um dos temas trabalhados nas aulas.
PRÉ-HISTÓRIA
ÁFRICA: Guerreiro da Justiça (Joshua Sinclair)
EUROPA: A Tribo da Caverna dos Ursos (Michael Chapman) Guerra do Fogo (Jean Jacques Annaud) O Elo Perdido (Regis Wagnier)
IDADE ANTIGA ORIENTAL
 EGITO E MESOPOTÂMIA: Cleópatra (Joseph L. Mankiewicz) O Egípcio (Michael Curtiz)
FENICIOS E HEBREUS?: A Paixão de Cristo (Mel Gibson) A vida de Brian (Terry Jones) Jesus de Nazaré (Franco Zeffirelli) Os Dez Mandamentos (Cecil B. DeMille) Rei Davi (Bruce Beresford) Salomão (Roger Young)
PERSAS: 300 de Esparta (Rudolph Maté)
IDADE ANTIGA OCIDENTAL (CLÁSSICA)
 GRÉCIA: 300 (Zack Snyder) 300 de Esparta (Rudolph Maté) Fúria de Titãs (Louis Letemer) Jasão e os Argonautas (Ray Harryhausen) Ulisses (Kirk Douglas) Sócrates (Roberto Rossellini) Tróia (Wolfgang Petersen), Helena de Tróia,
 MACEDÔNIA Alexandre (Oliver Stone) ROMA Ben-Hur (Willian Wyler) Calígula (Tinto Brass & Bob Guccione) Spartacus (Stanley Kubrick) Júlio César (Joseph L. Markiewicz) O Gladiador (Ridley Scott) Quo Vadis (Mervyn LeRoy Satyricon (Fellini)
 ALTA IDADE MÉDIA
 INVASÕES BARBARAS E IMPÉRIO CAROLÍNGIO: Asterix contra César (Claude Zidi) Asterix entre os Bretões (Pino Van Lamsweerde) Átila o Rei dos Hunos (Douglas Sirk)
IMPÉRIO BIZANTINO E IMPÉRIO MUÇULMANO: Maomé: O Mensageiro de Allah (Moustapha Akkad)
 FEUDALISMO: O Incrível Exército de Brancaleone (Mário Moricelli) O Leão no Inverno (Anthony Harvey) O Sétimo Selo (Ingmar Bergman) O Físico.
BAIXA IDADE MÉDIA CRUZADAS: Cruzada (Ridley Scott) Fetih 1453 (Faruk Aksoy) RENASCIMENTO COMERCIAL E URBANO:  Hobin Hood (Ridley Scott) Irmão Sol, Irmã Lua (Franco Zeffirelli) O Mercador de Veneza (Michael Radford)
 FORMAÇÃO DAS MONARQUIAS NACIONAIS Coração Valente (Mel Gibson) Em Nome de Deus (Peter Mulan) Lancelot: O Primeiro Cavaleiro (Jerry Zucker) Ivanhoé: O Vingador do Rei (Richard Thorpe)
 PESTE, GUERRA E FOME Joana D’arc (Luc Besson) Morte Negra (Christopher Smith)